O Aeroporto de Congonhas recebe a exposição “Perder tudo. Novamente. O impacto de eventos climáticos extremos em pessoas forçadas a se deslocar”, uma parceria entre a Aena e a ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados
A mostra fotográfica está instalada no corredor que conecta os setores de embarque e desembarque. As imagens destacam que o deslocamento forçado e os eventos climáticos extremos estão cada vez mais interligados
Com quase dois milhões de passageiros por mês, Congonhas dá visibilidade a um tema urgente, lembrando que os impactos ambientais vão além de estatísticas: eles têm rosto, nome e trajetórias de pessoas que precisam de reconhecimento
Entre os dias 12 de agosto e 15 de setembro, o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, recebe a exposição "Perder tudo. Novamente. O impacto de eventos climáticos extremos em pessoas forçadas a se deslocar", uma realização do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, em parceria com a Aena, maior operadora aeroportuária do Brasil e do mundo, que administra o aeródromo paulistano.
Instalada no corredor que conecta as áreas de embarque e desembarque, a mostra fotográfica apresenta histórias reais de pessoas refugiadas e deslocadas que, mesmo após fugirem de guerras, perseguições ou violência, enfrentaram novas tragédias causadas por desastres ambientais — como enchentes, secas severas ou terremotos — em diferentes partes do mundo.
A exposição destaca que o deslocamento forçado e os eventos climáticos extremos estão cada vez mais interligados, atingindo com mais intensidade aqueles que já vivem em situação de vulnerabilidade. É o caso de milhares de pessoas refugiadas que, após reconstruírem suas vidas em novas regiões, foram novamente impactadas por desastres ambientais.
“Discutir o duplo, às vezes triplo impacto enfrentado por pessoas refugiadas em contextos de desastres ambientais é mais urgente do que nunca. Evento climáticos extremos também podem ser a causa do deslocamento de pessoas, para além de impactar aqueles que já perderam tudo. A inclusão dessas pessoas em políticas de prevenção, adaptação e resiliência, respostas emergenciais e reconstrução é chave para efetivar os direitos dos mais vulneráveis e garantir proteção, dignidade e oportunidades”, afirma Davide Torzilli, Representante do ACNUR no Brasil.
“Um aeroporto é um ponto de partida e recomeço para milhões de pessoas, inclusive aquelas que foram forçadas a deixar tudo para trás. Às vésperas da COP30, dar visibilidade a essas histórias é uma forma de lembrar que os impactos ambientais vão além de estatísticas: eles têm rosto, nome e trajetórias de coragem que precisam ser conhecidas. Ao receber esta exposição, contribuímos para a reflexão sobre temas contemporâneos urgentes, como o da agenda climática e da valorização da vida”, pontua o diretor-executivo do Aeroporto de Congonhas, Kleber Meira.
O Brasil viveu, em 2024, a maior emergência climática de sua história com as enchentes no Rio Grande do Sul. Entre os mais de 2,4 milhões de afetados, estavam cerca de 43 mil pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio, muitas delas oriundas de Venezuela e Haiti, que já enfrentavam enormes desafios para recomeçar suas vidas no país.
O ACNUR atua no mundo todo com respostas emergenciais e ações de proteção e inclusão para refugiados e comunidades que os acolhem — mesmo diante de múltiplas vulnerabilidades. No Brasil, essa resposta só é possível graças ao apoio de pessoas e empresas que se solidarizam com a causa. Doações financeiras são fundamentais para garantir abrigo, água potável, assistência médica e apoio psicossocial às populações mais impactadas.
A exposição é também um convite à empatia e à ação. Ao apresentar histórias de quem precisou recomeçar mais de uma vez, ela nos lembra da importância de garantir que todas as pessoas — especialmente as mais vulneráveis — tenham acesso a proteção, dignidade e oportunidades. A solidariedade de indivíduos e empresas é essencial para que o ACNUR siga cumprindo sua missão humanitária e oferecendo apoio às populações mais afetadas pelas crises do nosso tempo.
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